sexta-feira, 25 de março de 2011

TORNAR-SE PESSOA

ROGERS, Carl. Tornar-se Pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 1982.


Nesse livro, Carl Rogers mostra sua longa experiência no campo da psicoterapia. O mesmo afirma que quando o terapeuta está experienciando uma atitude calorosa, positiva e de aceitação para com aquilo que está no seu cliente, isso facilita a mudança. Isso implica que o terapeuta esteja realmente pronto a aceitar o cliente, seja o que for que esteja sentindo no momento – medo, confusão, desgosto, orgulho, cólera, ódio, amor, coragem, admiração. Isto quer dizer que o terapeuta se preocupa com seu cliente de uma forma não possessiva, que o aprecia mais na sua totalidade do que de uma forma condicional, que não se contenta com aceitar simplesmente o seu cliente quando este segue determinados caminhos e com desaprová-lo quando segue outros.

Quanto mais o terapeuta assume esta atitude (de aceitação), mais a terapia tem probabilidades de ser bem sucedida. A partir daí o cliente passa a aceitar os seus sentimentos e começa pouco a pouco a tornar-se capaz de ouvir a si mesmo – a perceber quando está irritado, a reconhecer quando tem receio, e mesmo a tomar consciência de quando se sente com coragem. À medida que começa a si abrir mais para o que se passa nele, torna-se capaz de perceber sentimentos que sempre negou e reprimiu. Enquanto vai aprendendo a ouvir a si mesmo, começa igualmente a aceitar-se. Descobre que é possível abandonar a fachada atrás da qual se escondia, que é possível pôr de lado os comportamentos de defesa e ser de uma maneira mais aberta o que realmente é.

O Dr. Carl Rogers mostra que depois da terapia a pessoa começa a ver-se de modo diferente: Aceita-se e aceita seus sentimentos de uma maneira mais total; Torna-se mais autoconfiante e mais autônoma; passa a ser mais flexível, menos rígida nas suas percepções; aceita mais abertamente os outros. O cliente descobre que pode viver uma relação com base nos sentimentos reais, em vez de se fundar numa falsa aparência defensiva. A razão disso é o fato de, na terapia, o individuo aprender a reconhecer e a exprimir os sentimentos como seus, e não como um fato que dissesse respeito a uma pessoa.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Retiro Espiritual



Nos dias 06, 07 e 08 de Março de 2011, os seminaristas da Diocese de Paulo Afonso participaram de um retiro espiritual tendo como pregador o Bispo Dom Guido Zendron. O tema foi sobre a vocação. O pregador dizia que a vocação num sentido mais amplo é viver a vida aceitando as condições e obedecendo as circunstâncias que o Senhor nos oferece. Num sentido mais estrito, vocação é o nosso relacionamento pessoal com Deus. A vocação é o pertencer a Cristo que me ajuda a dizer sim ou não. Segundo dom Guido, o ponto mais importante de nossa vocação é o relacionamento com Cristo. Ele quer de nós o pertencer totalizante.

sábado, 5 de março de 2011

A compulsão

Aconteceu no dia 10 de Fevereiro de 2010 o primeiro encontro de psicólogos na Faculdade Arquidiocesana de Feira de Santana, onde estavam presentes o psicanalista Claudinei, a Irmã Laurinda, a Irmã Franciely e a professora Gorete. Estes profissionais falaram sobre o tema da compulsão.

A Irmã Franciely começou sua explanação afirmando que a compulsão configura uma ação, comportamento que as pessoas experimentam para fugir das suas angústias. O compulsivo sente-se forçado a realizar uma determinada ação. Não é perceptível conscientemente senão superficialmente. Nesse sentido o comportamento compulsivo é uma forma de lidar com a vida.

Como identificar uma compulsão? Uma compulsão pode ser identificada quando a pessoa apresenta dificuldade de interromper seus impulsos; quando tem necessidade de aumentar a intensidade.

A irmã Laurinda iniciou sua fala mostrando a diferença entre compulsão e obsessão. A mesma afirmou que a compulsão é um comportamento repetitivo e está ligado ao ato. Enquanto a obsessão está ligada a ideia ou imagem que vem a mente da pessoa. A pessoa que acessa um site pornográfico sabe que ela não necessita disso, mas não tem controle sobre tal ato. Mesmo sabendo de uma série de normas ou princípios, não é suficiente para controlar.

Como lidar com isso?

Assumir o conflito

Fazer um processo da sinceridade a verdade. Esse conflito eu posso resolver sozinho ou preciso de ajuda?

Pode passar o conflito psicológico ao espiritual, se perguntando: Onde está o Senhor em tudo isso? E em que caminho ele quer me guiar?

A professora Gorete começou seu discurso sobre a pornografia na internet, mostrando que a mesma foi criada para ser uma rede de comunicação que facilitasse o compartilhamento de informações importantes e úteis. A pornografia é uma exposição degradante do corpo humano. É tudo que está por trás das fantasias sexuais, uso de drogas, tráficos de mulheres e etc.

O discurso do psicanalista Claudinei foi sobre o desejo. O mesmo afirmou que o desejo é algo complexo, ele é construído de afetos. Deseja-se não o objeto, mas aquilo que ele representa. Todo ser humano é um ser com pulsão, ele é um ser carente, por causa disso o mesmo não satisfaz sua carência por completo. A mídia não vende necessidade, e sim desejos. O desejo não é algo saciável com o objeto. A compulsão aumenta a carência, é essa a ideia de vício. A depender da intensidade da compulsão ela vai ser identificada como patologia. A amizade neutraliza a carência, visto que não existe nenhum ser humano que não tenha carência afetiva.

sexta-feira, 4 de março de 2011

A economia da Salvação

A palavra economia significa “administração sobretudo doméstica, ou governo, indica no NT o plano ou a ordenação da Salvação, a disposição salvífica” (LEXICON, 2003, p.225). Os padres da Igreja entendem esse termo como “o conjunto das disposições divinas, decididas na eternidade e realizadas no tempo, tendo em vista a Salvação humana” (id. P.225). Podemos perceber que economia da Salvação é o desenvolvimento do plano de Deus para salvar a humanidade. Esse plano salvífico refere-se a uma longa história mediante sua aliança com Abraão e Moisés.

Em que consiste a Salvação? “A Salvação consiste em Deus intervir na história para instaurar uma nova relação dialogal com o homem, um homem que permanece plenamente ele mesmo frente a um Deus distinto dele” (LACOSTE, 2004, p.1592). Na visão do povo hebreu, Salvação é a ação que liberta do poder dos inimigos. Esse povo leva consigo a experiência de ser livre e de poder ser introduzido na terra prometida.

No Novo Testamento a perspectiva da Salvação tem um grande significado com a encarnação do verbo. “O NT conhece um único Salvador histórico, Jesus de Nazaré, não tanto por causa da significação literal do seu nome (Yehoshoua ou Yeshoua, ‘Javé salva’), mas porque todo processo de salvação está ligado a ele como a seu protagonista indiscutível” (Id. p.1594). O livro dos atos dos apóstolos esclarece essa ideia ao afirmar que “Não há, debaixo do Céu, outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At, 4,12). Neste contexto, fica claro que a economia da Salvação é o dinamismo do projeto de Deus que ao longo da história por intermédio dos profetas preparou os homens para a chegada de seu Filho para a nossa Salvação.

Referência Bibliográfica:

LACOSTE, Jean-Yves. Dicionário Crítico de Teologia. São Paulo: Paulus, 2004.

LEXICON: Dicionário Teológico Enciclopédico. Tradução de João Paixão Netto e Alda da Anunciação Machado. São Paulo: Loyola, 2003.